A arte tem ocupado espaço nos presídios e aberto novas possibilidades para reeducandos do sistema penitenciário piauiense. Iniciativas envolvendo as artes plásticas tem propiciado ações de recreação e fonte de renda, e levado a ressocialização do sistema prisional do Piauí para outros países.
O estado tem sido destaque em políticas de ressocialização humanizadas. A Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, possui a primeira Casa da Arte do sistema prisional do Brasil. Para o coordenador de Artes da Secretaria de Justiça (Sejus), Valdsom Braga, a expressão artística dos reeducandos através das artes plásticas é uma possibilidade de contato com a sociedade na construção de um outro olhar para as pessoas privadas de liberdade.
“Esse trabalho artístico para a ressocialização é muito importante porque os detentos confeccionam dentro das unidades e até então essas aulas são um incentivo para eles fazerem esse trabalho, terem uma oportunidade de ir para exposições, terem oportunidade de saírem do sistema e mostrar seu trabalho artístico. Muitos deles também têm buscado na arte um escape para ter uma renda, para ajudar a família”, explica Valdson que também coordena grupos de teatro nas unidades penais do Piauí.
Referência artística
Grandes nomes da arte piauiense abraçaram a causa da ressocialização através das artes plásticas, a exemplo do artista Nonato Oliveira, referência local e nacional no ramo artístico. Nonato já participou de oficinas com reeducandas da Penitenciária Feminina.
É um privilégio para agente poder testemunhar a mudança de vida que eles têm em cada aula, como eles se sentem à vontade naquele espaço. Já ouvi um deles dizer que a cidadania que eles precisam não encontraram nas ruas, mas encontraram no sistema prisional.
Destaque internacional
Quatro obras de artes de detentos do Sistema Prisional do Piauí foram selecionadas no 4º Concurso Internacional de Arte para Pessoas Privadas de Liberdade. As obras foram exibidas durante exposição no Museu Nacional de Liechtenstein, na Europa em fevereiro deste ano.
Promovido pela Art and Prison, associação sem fins lucrativos, o concurso tem o propósito de motivar os presos a refletirem sobre a própria vida, por meio da arte, e promover a ressocialização. Participaram do concurso 371 obras, de detentos de 23
